Deixar para depois

Segundo a máxima do ilustre descobridor da eletricidade Benjamin Franklin “Nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hoje”, entende-se que não devemos adiar nossos compromissos. Mas empurrar com a barriga nossos afazeres é a coisa mais fácil do mundo. Simplesmente não conseguir fazer nada que se propõe parece uma doença, que afeta além da vida pessoal, o sucesso profissional.

No mês de janeiro, todos nós traçamos metas que almejamos conquistar até o final do ano, desde as mais simples como perder peso ou começar a fazer exercícios físicos, até as mais complexas como abrir uma empresa, otimizar ganhos financeiros, mudar de profissão. Para defini-las, devemos impor datas limites para decretar sucesso na finalização destas e descrever um plano para conseguir conquista-las. Mas, quantos de nós construímos o percurso para atingir esses objetivos.? Escolher o seu objetivo é o primeiro passo para atingi-lo, mas fazer todo o planejamento e traçar o percurso à conquista também fazem parte dessa meta.

As frases mais comuns são: ‘Deixa para depois’, ‘espera mais um pouquinho’, ‘agora não dá’ e a mais popular: ‘Eu não tenho tempo pra fazer isso’. Essa última frase me tira do sério. Tempo para fazer o que deve não tem, mas sobra tempo pra ficar fazendo absolutamente nada ou alguma coisa do tipo.

Adiar um compromisso geralmente é medo. Medo de ter que resolver alguma coisa ou mesmo de mudar a própria rotina do nada e produzir algo diferente. Para muitos a procrastinação nada mais é do que preguiça. Eu acho que é a combinação de medo + preguiça + desorganização.

Manter o foco é sempre bom. Mas porque pouquíssimos conseguem?

Insatisfação

Porque às vezes estamos super bem, mas ainda falta alguma coisa? Porque estamos sempre buscando novos padrões, mais dinheiro, mais bens, mais sucesso, mais contatos, mais e mais e mais…. Somos sim eternamente insatisfeitos?

Acho que o descontentamento nos faz progredir, ir sempre em busca do melhor para nós mesmos, ativa a ambição, ajuda a contruir a carreira,  nos torna mais dedicados e ajuda a ter foco; torna o relapso em perfeccionista; ajuda a lapidar e polir.  Ao mesmo tempo, o fato da não-satisfação nos deixa desapontado, desesperançoso e desanimado, e isso é uma droga!

E quando esse descontentamento virtuoso e motivador vira o pecado da ganância? Quando as nossas vontades e anseios não tem fim! E esse ‘mais e mais e mais’ não é a procura do perfeccionista pela própria evolução, mas sim a busca desenfreada pela satisfação imediata, considerada mais importante para ser conquistada que as possíveis consequências que nossos atos possam acarretar, chegando ao ponto de corromper nossos próprios valores por uma mera atitude egoísta.

E como já disse Dalai Lhama: “O perigo constante é abrir a porta para a ganância, um de nossos inimigos mais incansáveis.”  Daí é uma luta exaustiva para tirar a semente da avareza dos nossos pensamentos. Na verdade, o errado é nada querer, pouco almejar ou simplesmente acomodar. O correto é plantar idéias promissoras incorrompíveis às tentações mundanas, e tentar segurar a ansiedade disso tudo! Difícil?

Saber falar e ficar quieto

Conversar. Todos precisam ou devem conversar para esclarecer, explicar, desculpar-se ou somente desabafar. Mas porque isso é tão difícil? Porque não temos tempo, pura preguiça, ou ainda a mais cruel de todas: porque não queremos… Talvez a verdade seja dura a ser dita ou cruel a ser ouvida ou ambos. Mas o que é a verdade a ser dita? É o que o eloquente pensa e a forma como ele transmite ou é um simples relato de fato isolado? Invariavelmente a verdade é o resultado da dedução de cada um perante os acontecimentos. A priori isso não significa que um evento tem duas verdades, mas sim dois argumentos e um milhão de interpretações. Então, o acaso é verdadeiro e seu significado pode não ser, assim como a razão ao fato é sincera e a recíproca pode não ser.

Devemos ser honestos com nós mesmos e procurar o real significado das nossas atitudes. Falar da maneira mais clara possível, mesmo sabendo que cada ouvido entenderá da maneira que bem acha conveniente. Por essas e outras, a parte mais importante de cada história repassada é a intensão a qual ela é contada, fora toda a parte emocional que a acompanha. E quando não sabemos a magnitude dessa suposta verdade, o silêncio é a nossa melhor arma!

Fiquemos quietos!

O amigão

O amigão. Porque aquela pessoa que sempre se diz ao seu lado, que é seu amigo de verdade, que a gente pode contar sempre, não é seu real amigo. Nunca está ao seu lado na hora que precisa, não sabe dar um conselho decente e nunca tem aquela frase pronta que resume tudo? Só sabe ficar perto nos momentos de festa, comemorações e alegrias, mas na hora da tristeza, sequer atende ao telefone, não tem tempo para uma solidariedade e a única frase proferida é um ‘Que pena’. Ah, mas essa pessoa sempre é a que aparece nos eventos sociais, envia um milhão de mensagens de amizades por todas as redes sociais, tem muitos amigos, mas não tem um sequer amigo de verdade. Todos lembram do amigão, que desaparece e reaparece sempre, que liga sempre para pedir alguma coisa ou para contar algo totalmente insuportável ou incoveniente.  Mas amigo de verdade é aquele que aparece na hora certa, no momento certo, às vezes cai de pára-quedas, e sabe dizer o que é preciso ouvir;  não está presente toda hora nem te liga todo dia, não envia um milhão de correntes de quanto a amizade é importante, mas envia só uma mensagem que tem poucas palavras e quer dizer tudo!

Mulheres…

Ah, mulheres. Quando a gente se une a favor de um assunto, é uma festa, uma celebração, uma orgia de palavras e fofocas, um barulho ensurdecedor de risadas loucas e muita tagarelagem. Quando a gente se une contra um assunto, basicamente é um julgamento sem direito a defesa, um linchamento, um apoio mutuo e incondicional e ai de alguém que ouse defender outro ponto de vista naquele momento! Quando a gente discute algo que ninguém concorda em nada então, é mais falação ainda, cada uma tentando impor seu ponto de vista: ‘Porque eu sou assim’ ou ‘Porque eu faço isso’ e a melhor de todas: ‘Eu nunca faria isso!’ Sei,sei… Tudo papo furado que serve pra dar ótimas risadas e no próximo encontro outras questões serão debatidas, filosofadas, criticadas, elogiadas, relembradas e assuntos desde política, esporte, sexo, relacionamentos, trabalho, viagem, etc… nunca faltam! Mulheres unidas: uma eterna contradição completamente incompreensível mas para sempre discutível. Mas essa é a melhor parte! Amomuitotudoisso.

Cada coisa que a gente aguenta!

Um dia de cada vez. Ainda bem que um dia diferente do outro por vez, porque vivo dias que não merecem ser repetidos, principalmente quando surge e impregna aquela pessoa chata, aquele parente mala ou mesmo aquele amigo sem-noção! Esse dia é quando rezo para acabar logo e conseguir sobrevive-lo sem seqüelas para mim ou qualquer outra pessoa. Aguentar toda aquela ladainha, um mar de reclamação, uma enxurada de besteira que só quem é chato de verdade (ou bem mau-educado) sabe fazer! Para todo tipo de chatisse, existe um expert no assunto. Todo mundo tem uma história de algum mala insuportável que não dá para nos livrar assim tão fácil: A ‘tia-avó mala’ que vive dando palpite porque tudo que ela conhece é o correto a seguir; a ‘cunhada ou cunhado chato’ que quer saber tudo da sua vida, pra poder falar mal depois (lógico); o ‘professor pentelho’ que vive no seu pé medindo tudo que você faz e não pára de ditar regras pois acha que ele é o centro do universo e que todos são seus discípulos; a ‘amiga louca’ que vive ligando pra não falar nada útil ou para falar um monte de besteira que obviamente não há nada no mundo que a faça parar de falar; o ‘amigo do seu pai’ que só sabe perguntar quando você vai casar porque quer saber de verdade quando vai ter festa pra ele ficar bêbado e mais chato ainda; o ‘irmão folgado’ que pega seu carro sem você perceber e o devolve sem gasolina e com um novo arranhão na lataria; o ‘colega apaixonado’ que vive falando do amor, cumplicidade e harmonia com o respectivo, pois só existem flores naquele momento na vida dele (tem coisa mais chata de ouvir que isso?); a ‘cliente hipocondríaca’ que só sabe falar de quantas doenças ela já teve e que tudo que passou na vida foi pior que todos no universo; a ‘amiga da tia’, que quando te vê aperta as bochechas e fala como você cresceu e quão bela está (e lógico que nunca vamos saber quem é ela ou que diferença vai fazer isso na vida); o ‘amigão’ que quando você pede uma opinião, só responde com um sim porque tudo está sempre bom, independente do que você esteja falando; o ‘aluno desinteressado’ que só fala gíria e tenta dar um jeito tosco em tudo que deve fazer; os ‘cobradores oficiais’ que chegam com uma lista de afazeres nada agradáveis que propositalmente foram esquecidos ou ignorados, mas eles estão ali presentes, firmes e fortes para cobrar; a ‘amiga que tomou um fora’ (nossa, essa lamentação não é fácil de aguentar); o ‘compadre simpático’ que pergunta se você está de TPM; a ‘vizinha carente’ que pára sempre para falar do tempo e perguntar sobre a familia inteira; a ‘amiga aparecida’ que só ela pode falar pois parece que naquele ser só existe uma boca e nunhum ouvido; o ‘funcionário folgado’ que nunca consegue fazer tudo que você pede pois tinha tanta coisa pra fazer que não teve tempo! Ter tempo é algo que quase ninguém tem, impressionante, mas para encher o saco de alguém, sobram minutos! A pior de todas as situações é quando você não consegue fugir pela tangente, não dá para cortar aquele tagarela incansável, ainda mais depois de um dia estressante para melhorar o quadro. Acho que o pior deles é aquela que pensa estar abafando, aquela que fala um monte de asneira que não dá nem para acompanhar o raciocínio de tanta idiotice e ao redor dela, pessoas mudas não sabendo onde enfiar a cara e tendo que aguentar pois retrucar ou questionar só vai prolongar o sofrimento! Afff cada coisa acontece!!!! Ainda bem que não é todo dia!! Mas para tirar de letra isso tudo, a ‘Santa Paciência’ deve estar ao lado!

Viva a diferença

Ida ao Sul, especificamente ao Rio Grande do Sul, o que para eles significa o Sul inteiro. Para mim, um intensivo de trabalho, social, aula de geografia, diferenças culturais e muita risada, que não pode faltar. As diferenças são gritantes mas adoráveis. A calma e tranquilidade daquela cidade do interior se contrapõe ao agito que nunca pára de São Paulo. As ruas à noite são desérticas, onde sobrevive apenas aquela barraquinha de hotdog, a baladinha lotada e alguns barzinhos ‘faceiros’. As pessoas te olham com ar de curiosidade, te julgam de estressadas e ao mesmo tempo de antenadas, classificam a vida na capital como estafante, porém admiram essa fonte inesgotável de tudo a qualquer hora. O sotaque é sensacional. A pizza é de filé mignon, strogonofe e carne com conhaque. As lojas não abrem aos fins-de-semana. O vestuário é típico. No centro ninguém te esbarra. Não existe restaurante japonês. O churrasco é bom demais! As estradas são lindas, porém perigosíssimas. A vida dessa cidade universitária interiorana gaúcha é bem diferente da minha, mas é uma delícia viver isso de vez em quando. De vez em quando! Bah, meu. Viva as diferenças.

Um dia das maskôs

Sexta-feria véspera de Carnaval. 9:00hs da manhã à porta de nossas clínicas para o início de mais um dia de trabalho. Uma moça coberta de sangue segurando uma pitbull encontrava-se aos prantos na escada de entrada da clínica veterinária. Um pastor-alemão havia atacado a cachorrinha e a ferido com uma dentada que atravessou o focinho. A pitbull estava com a devida focinheira para cachorros grandes, mas o pastor não. A dona da cachorra ferida mal conseguia falar, somente suplicava ajuda. Anestesista chegou em 10 minutos para dopar a cadela e então conseguirmos reconstruir a cara quase desfigurada da animalzinha, numa cirurgia de emergência operada pelas irmãs.

A pitbull acabou perdendo 2 dentes e ganhou umas cicatrizes, mas se recuperou bem. A dona finalmente acalmou-se, e o dia seguiu, outros pacientes, outros clientes, outras intervenções… e o trabalho segue… mas esse foi emocionante.

Eu falo, e você entende?

Quantas vezes eu falo e o ouvinte não entende? Não entende porque eu falei enrolado, ou porque falei com um entonação subjetiva, ou ainda porque eu nem quis ser tão eloquente,  ou ainda porque qualquer um entende do jeito que quer? E quem tá errado? O coitado que ficou me ouvindo e não entendeu nada ou eu que não me expressei direito?

E quem disse que eu devo ser expressiva em tudo que eu falo? Talvez nunca serei tão clara para outra pessoa, senão para eu mesma, e devo reforçar que qualquer advogado concordaria comigo. Todas as frases proferidas tem tantas interpretações quanto pessoas estiverem presentes, e fica ainda mais amplo quando estas frases são repassadas a outras pessoas e assim por diante.

Talvez por isso tantas pessoas divagam idéias que muitas vezes não são compreendidas, ou são compreendidas de muitas formas, com inclinações distintas.. Mas enfim, quem está errado? Ninguém.. E porque será que tantas pessoas discutem isso?

Afinal, cada um tem sua característica própria, sua maneira única de compreenção e execução. Deixe-me interpretar do meu jeito, sim!!???!!!! É meu mesmo…

Como você enxerga sua profissão?

Uma área onde há produção de trabalhos excelentes. Onde há criação, reuniões com clientes que demoram a aprovar orçamentos, onde há estudos e pesquisas sobre o assunto abordado. E também deve-se realizar apresentações grandes, que demandam tempo, às vezes feriados e madrugadas a serem concluídas. E na hora ‘H’, dá um nervosismo e ansiedade naturais de um trabalho a ser realizado. O cliente tem que estar satisfeito, mas acaba sempre querendo mais, mais um detalhe, mais uma coisinha que demora muito tempo a ser modificada, mas como não dá pra falar não, você se prontifica a fazer de novo todo o projeto. Uma satisfação profissional e pessoal. Promoção de um bem estar e status social em relação a uma pessoa ou um grupo delas só para ver a obra. E ainda atinge um patamar de estética ideal para desenvolvimento das outras atividades
A sua profissão gera isso tudo?
A minha também. Mesmo sendo uma profissional da área odontológica, a coerência é devolver sorrisos, em sua área primordial: a boca. Também passo por todos aspectos acima citados. Também amo minha profissão. Como é bom fazer o que gosto. Como é bom ver um cliente Feliz e receber um elogio. Para mim, como é ótimo ver ‘aquele’ sorriso satisfeito.
O que seria de você sem seu sorriso?